sexta-feira, 1 de junho de 2012

"África nas Artes" Poesia


MARIO PINTO DE ANDRADE

(1928-1990)
Nasceu em Ngolungo Alto (Angola). - 1929/1947: Estudos primário e secundário em Angola. - 1948: Viaja para Portugal; matricula-se no curso de Filologia Clássica da Faculdade de Letras de Lisboa. - 1949/52: Juntamente com Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Francisco José Tenreiro e Alda Espírito Santo, na Casa dos Estudantes do Império, no Clube Marítimo e no Centro de Estudos Africanos promove atividades culturais visando a redescoberta de África. - 1953: Com Francisco José Tenreiro organiza o Caderno de Poesia Negra de Expressão Portuguesa. - 1954:
Vai viver em Paris. - 1955: Redactor da revista Présence Africaine, é também o responsável pela organização do I Congresso de Escritores e Artistas Negros; acabará por se formar em Sociologia, na Sorbonne. - 1960: Com a prisão de Agostinho Neto pela PIDE, Mário assume a presidência do recém fundado MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (MPLA); Mário como presidente e Viriato da Cruz como secretário-geral transferem a direcção do MPLA de Luanda para Conakry. - 1961: Após a independência do Congo Belga, Mário e Viriato transferem a direcção do MPLA para Leopoldville. - 1962: Mário entrega a presidência do MPLA a Agostinho Neto, que acabara de fugir de Portugal. - 1965/67: Mário coordena a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP). - 1973: É mandatado pelo Comitê de Coordenação Político-Militar do MPLA, para organizar os textos políticos de Amílcar Cabral. - 1974: Mário, com o seu irmão Joaquim funda a “Revolta Activa”, corrente que se opõe à liderança de Agostinho Neto no MPLA, exigindo a democratização do regime; os dois irmãos Pinto de Andrade e outros militantes são muito perseguidos e têm que abandonar Angola. - 1976/8:
Após a independência de Angola, Mário exila-se na Guiné-Bissau e ocupa o cargo de coordenador-geral do Conselho Nacional de Cultura. - 1978/80: Mário é o Ministro da Informação e Cultura da Guiné-Bissau. - 1980: Golpe de “Nino” Vieira na Guiné; Mário desloca-se para Cabo Verde. - Anos 80: Mário colabora na “História Geral da África” - 1990: A 26 de Agosto Mário falece em Londres.


             Por: Antonio Carlos dos Santos

Veja como  as palavras desse poeta revela as amarguras de uma terra em que a vida vai e vem ou não vem para quem vai a ser alguém. Ops fiz poesia!

leia e sonhe.
CANÇÃO DE SALABU
Nosso filho caçula
Mandaram-no pra S. Tomé
Não tinha documentos
Aiué!
Nosso filho chorou
Mamã enlouqueceu
Aiué!
Mandaram-no pra S. Tomé
Nosso filho partiu
Partiu no porão deles
Aiué!
Mandaram-no pra S. Tomé
Cortaram-lhe os cabelos
Não puderam amarrá-lo
Aiué!
Mandaram-no pra S. Tomé
Nosso filho está a pensar
Na sua terra, na sua casa
Mandaram-no trabalhar
Estão a mirá-lo, a mirá-lo
—Mamã, ele há-de voltar
Ah! A nossa sorte há-de virar
Aiué!
Mandaram-no pra S. Tomé
Nosso filho não voltou
A morte levou-o
Aiué!

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