Primavera Árabe
Os protestos no mundo árabe
em 2010-2012, também conhecidos como a Primavera Árabe, são uma onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até a data, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia;
grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Síria, Omã e Iémen e protestos
menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita,
Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm compartilhado técnicas de
resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves,
manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter e Youtube, para organizar, comunicar e sensibilizar a população
e a comunidade internacional
em face de tentativas de repressão e censura na Internet por
partes dos Estados.
Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra
as condições de vida no país. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que
terminou com a própria morte, seria o pontapé inicial do que viria a ser
chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam pela Tunísia,
levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali a
fugir para a Arábia Saudita apenas dez
dias depois. Ben Ali estava no poder desde de 1987
Evolução
A Primavera Árabe, como
o evento se tornou conhecido, apesar de várias nações afetadas não serem parte do "Mundo árabe", foi provocado pelos primeiros protestos que
ocorreram na Tunísia em 18 de Dezembro de 2010, após a auto-imolação de Mohamed Bouazizi, em uma forma protesto contra a corrupção
policial e maus tratos. Com o sucesso dos protestos na Tunísia, uma
onda de instabilidade atingiu a Argélia, Jordânia, Egito e o Iêmen, com os maiores, mais organizadas manifestações que
ocorrem em um "dia de fúria". Os protestos também têm provocado distúrbios
semelhantes fora da região.
Até à data, as manifestações
resultaram na derrubada de três chefes de Estado: o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali,
fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro, na sequência dos protestos da Revolução de Jasmim; no Egito,
o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos em massa,
terminando seu mandato de 30 anos; e na Líbia, o presidente Muammar al-Gaddafi, morto
em tiroteio após ser capturado no dia 20 de outubro e torturado por rebeldes,
arrastado por uma carreta em público, morrendo com um tiro na cabeça. Durante
este período de instabilidade regional, vários líderes anunciaram sua intenção
de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh,
anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013,
terminando seu mandato de 35 anos. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também
anunciou que não iria tentar a reeleição em 2015, assim como o premiê iraquiano,
Nouri al-Maliki, cujo mandato termina em 2014, embora tenha havido manifestações cada vez mais
violentas exigindo a sua demissão imediata. Protestos na Jordânia também causaram a renúncia do governo, resultando na indicação do ex-primeiro-ministro e embaixador de Israel, Marouf Bakhit, como novo
primeiro-ministro pelo rei Abdullah. A volatilidade dos protestos e as suas implicações geopolíticas têm chamado a
atenção global com a possibilidade de que alguns manifestantes possam
ser nomeados para o Prêmio Nobel da Paz de
2011.
Situação por país
País
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Data de início
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Data de término
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Tipo de protesto
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Consequências
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Autoimolação de Mohamed Bouazizi e grandes manifestações públicas
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Deposição
de Ben Ali
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Grandes
manifestações públicas
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O
presidente Abdelaziz Bouteflika
promete o fim do estado de emergência
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Protestos
por habitação e grandes manifestações públicas, segundo ONG, mais de 200
pessoas já foram mortas nestes protestos.
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Guerra
civil, intervenção internacional e deposição do regime. Morte do ditador
Muammar al-Gaddafi.
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Pequenos
protestos
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Mudança
de Governo e apelo do rei Abdullah II a rápidas e eficazes
reformas democráticas.
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Pequenos
protestos
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O
sultão Qaboos bin Said Al Said
anuncia aumento do salário mínimo aos empregados do setor privado
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Grandes
manifestações públicas
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O
Presidente Saleh anuncia que não
concorrerá nas próximas eleições
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Pequenos
protestos
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Grandes
manifestações públicas
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Renúncia
de Hosni Mubarak
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Autoimolação, grandes protestos
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O
presidente Bashar al-Assad prometeu
reformas no governo. Escalada da violência e substancial número de mortes.
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Pequenos
protestos
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O
rei Mohammed VI organizou um
referendo que permitiu a mudança da Constituição no sentido da Monarquia
Constituicional e da Democracia.
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Pequenos
protestos
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Autoimolação, protestos em várias
cidades por todo o país
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O
premier Nouri al-Maliki anuncia que não concorrerá a um terceiro
mandato
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Grandes
manifestações públicas
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Grandes
manifestações públicas
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Motivações
A revolução democrática árabe
é considerada a primeira grande onda de protestos laicistas e democráticos do mundo árabe no século XXI. Os protestos, de índole social e, no caso de Túnis, apoiada pelo exército, foram causados por fatores demográficos estruturais,condições de vida duras promovidas pelo desemprego, ao que se aderem os regimes corruptos e autoritários revelados pelo vazamento de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos
divulgados pelo Wikileaks. Estes regimes, nascidos dos nacionalismos árabes
dentre as décadas de 1950 e 1970, foram se convertendo em governos repressores que
impediam a oposição política credível que deu lugar a um vazio preenchido por
movimentos islamistas de diversas índoles.Outras causas das más condições de vida, além do desemprego e da injustiça política e social de seus governos, estão na falta de liberdades, na alta militarização dos países e na falta de infraestruturas em lugares onde todo o beneficio de economias em crescimento fica nas mãos de poucos e corruptos.
Estas revoluções não puderam ocorrer antes, pois, até a Guerra Fria, os países árabes submetiam seus interesses nacionais aos do capitalismo estadunidense e do comunismo russo. Com poucas exceções, até a Guerra Fria, maiores liberdades políticas não eram permitidas nesses países. Diferentemente da atualidade, a coincidência com o amplo processo da globalização, que difundiu as ideias do Ocidente e que, no final da primeira década do terceiro milênio, terminaram tendo grande presença as redes sociais, que em 2008 se impuseram na internet. Esta, por sua vez, se fez presente na década de 2000, devido aos planos de desenvolvimento da União Europeia. A maioria dos protestantes são jovens (não em vão, os protestos no Egito receberam o nome "Revolução da Juventude"), com acesso a Internet e, ao contrário das gerações antecessoras, possuem estudos básicos e, até mesmo, graduação superior. O mais curioso dos eventos com início na Tunísia foi sua rápida difusão por outras partes do mundo árabe.Por último, a profunda crise do subprime de 2008 na qual foi muito sentida pelos países norte-africanos, piorando os níveis de pobreza, foi um detonador para a elevação do preço dos alimentos e outros produtos básicos.
A estas causas compartilhadas pelos países da região se somam outras particulares. No caso da Tunísia, a quantidade de turistas internacionais e, em especial, os europeus que recebiam promoveu maior penetração das ideias ocidentais; ademais, O governo da Tunísia é o menos restritivo.
Por : Antonio Carlos dos Santos
Sites visitado:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera_%C3%81rabe
http://topicos.estadao.com.br/primavera-arabe
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