sexta-feira, 15 de junho de 2012

" África Branca" Primvera árabe


                                                        Primavera Árabe
Os protestos no mundo árabe em 2010-2012, também conhecidos como a Primavera Árabe, são uma onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até a data, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia; grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Síria, Omã e Iémen e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter e Youtube, para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados.
Em dezembro de 2010 um jovem tunisiano ateou fogo ao próprio corpo como manifestação contra as condições de vida no país. Ele não sabia, mas o ato desesperado, que terminou com a própria morte, seria o pontapé inicial do que viria a ser chamado mais tarde de Primavera Árabe. Protestos se espalharam pela Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali a fugir para a Arábia Saudita apenas dez dias depois. Ben Ali estava no poder  desde de 1987

Evolução
A Primavera Árabe, como o evento se tornou conhecido, apesar de várias nações afetadas não serem parte do "Mundo árabe", foi provocado pelos primeiros protestos que ocorreram na Tunísia em 18 de Dezembro de 2010, após a auto-imolação de Mohamed Bouazizi, em uma forma protesto contra a corrupção policial e maus tratos. Com o sucesso dos protestos na Tunísia, uma onda de instabilidade atingiu a Argélia, Jordânia, Egito e o Iêmen, com os maiores, mais organizadas manifestações que ocorrem em um "dia de fúria". Os protestos também têm provocado distúrbios semelhantes fora da região.

Até à data, as manifestações resultaram na derrubada de três chefes de Estado: o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro, na sequência dos protestos da Revolução de Jasmim; no Egito, o presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de protestos em massa, terminando seu mandato de 30 anos; e na Líbia, o presidente Muammar al-Gaddafi, morto em tiroteio após ser capturado no dia 20 de outubro e torturado por rebeldes, arrastado por uma carreta em público, morrendo com um tiro na cabeça. Durante este período de instabilidade regional, vários líderes anunciaram sua intenção de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013, terminando seu mandato de 35 anos. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também anunciou que não iria tentar a reeleição em 2015, assim como o premiê iraquiano, Nouri al-Maliki, cujo mandato termina em 2014, embora tenha havido manifestações cada vez mais violentas exigindo a sua demissão imediata. Protestos na Jordânia também causaram a renúncia do governo, resultando na indicação do ex-primeiro-ministro e embaixador de Israel, Marouf Bakhit, como novo primeiro-ministro pelo rei Abdullah. A volatilidade dos protestos e as suas implicações geopolíticas têm chamado a atenção global com a possibilidade de que alguns manifestantes possam ser nomeados para o Prêmio Nobel da Paz de 2011.
Situação por país


Governo derrubado
Desordem civil sustentada e mudanças       governamentais
Protestos e mudanças governamentais
Grandes protestos
Protestos menores
Protestos fora do mundo árabe


País
Data de início
Data de término
Tipo de protesto
Consequências
02010-12-18 18 de dezembro de 2010
Autoimolação de Mohamed Bouazizi e grandes manifestações públicas
Deposição de Ben Ali
02010-12-28 28 de dezembro de 2010
Grandes manifestações públicas
O presidente Abdelaziz Bouteflika promete o fim do estado de emergência
02011-01-13 13 de janeiro de 2011
Protestos por habitação e grandes manifestações públicas, segundo ONG, mais de 200 pessoas já foram mortas nestes protestos.
Guerra civil, intervenção internacional e deposição do regime. Morte do ditador Muammar al-Gaddafi.
02011-01-14 14 de janeiro de 2011
Pequenos protestos
Mudança de Governo e apelo do rei Abdullah II a rápidas e eficazes reformas democráticas.
02011-01-17 17 de janeiro de 2011
02011-01-17 17 de janeiro de 2011
02011-01-17 17 de janeiro de 2011
02011-01-17 17 de janeiro de 2011
Pequenos protestos
O sultão Qaboos bin Said Al Said anuncia aumento do salário mínimo aos empregados do setor privado
02011-01-18 18 de janeiro de 2011
Grandes manifestações públicas
O Presidente Saleh anuncia que não concorrerá nas próximas eleições
02011-01-21 21 de janeiro de 2011
02011-01-29 29 de janeiro de 2011
02011-01-24 24 de janeiro de 2011
Pequenos protestos
02011-01-25 25 de janeiro de 2011
02011-02-11 11 de fevereiro de 2011
Grandes manifestações públicas
Renúncia de Hosni Mubarak
02011-01-26 26 de janeiro de 2011
Autoimolação, grandes protestos
O presidente Bashar al-Assad prometeu reformas no governo. Escalada da violência e substancial número de mortes.
02011-01-28 28 de janeiro de 2011
Pequenos protestos
02011-01-30 30 de janeiro de 2011
O rei Mohammed VI organizou um referendo que permitiu a mudança da Constituição no sentido da Monarquia Constituicional e da Democracia.
02011-02-01 1 de fevereiro de 2011
02011-02-01 1 de fevereiro de 2011
Pequenos protestos
02011-02-10 10 de fevereiro de 2011
Autoimolação, protestos em várias cidades por todo o país
O premier Nouri al-Maliki anuncia que não concorrerá a um terceiro mandato
02011-02-14 14 de fevereiro de 2011
Grandes manifestações públicas
O rei Hamad doará dinheiro para cada família e ordena a soltura de presos políticos [35]
02011-02-18 18 de fevereiro de 2011
Grandes manifestações públicas

 Motivações
A revolução democrática árabe é considerada a primeira grande onda de protestos laicistas e democráticos do mundo árabe no século XXI. Os protestos, de índole social e, no caso de Túnis, apoiada pelo exército, foram causados por fatores demográficos estruturais,condições de vida duras promovidas pelo desemprego, ao que se aderem os regimes corruptos e autoritários revelados pelo vazamento de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos divulgados pelo Wikileaks. Estes regimes, nascidos dos nacionalismos árabes dentre as décadas de 1950 e 1970, foram se convertendo em governos repressores que impediam a oposição política credível que deu lugar a um vazio preenchido por movimentos islamistas de diversas índoles.
Outras causas das más condições de vida, além do desemprego e da injustiça política e social de seus governos, estão na falta de liberdades, na alta militarização dos países e na falta de infraestruturas em lugares onde todo o beneficio de economias em crescimento fica nas mãos de poucos e corruptos.
Estas revoluções não puderam ocorrer antes, pois, até a Guerra Fria, os países árabes submetiam seus interesses nacionais aos do capitalismo estadunidense e do comunismo russo. Com poucas exceções, até a Guerra Fria, maiores liberdades políticas não eram permitidas nesses países. Diferentemente da atualidade, a coincidência com o amplo processo da globalização, que difundiu as ideias do Ocidente e que, no final da primeira década do terceiro milênio, terminaram tendo grande presença as redes sociais, que em 2008 se impuseram na internet. Esta, por sua vez, se fez presente na década de 2000, devido aos planos de desenvolvimento da União Europeia. A maioria dos protestantes são jovens (não em vão, os protestos no Egito receberam o nome "Revolução da Juventude"), com acesso a Internet e, ao contrário das gerações antecessoras, possuem estudos básicos e, até mesmo, graduação superior. O mais curioso dos eventos com início na Tunísia foi sua rápida difusão por outras partes do mundo árabe.Por último, a profunda crise do subprime de 2008 na qual foi muito sentida pelos países norte-africanos, piorando os níveis de pobreza, foi um detonador para a elevação do preço dos alimentos e outros produtos básicos.
A estas causas compartilhadas pelos países da região se somam outras particulares. No caso da Tunísia, a quantidade de turistas internacionais e, em especial, os europeus que recebiam promoveu maior penetração das ideias ocidentais; ademais, O governo da Tunísia é o menos restritivo.



                                                                                         Por : Antonio  Carlos dos Santos

Sites visitado:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Primavera_%C3%81rabe
http://topicos.estadao.com.br/primavera-arabe

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