África
Portuguesa
A África colonial portuguesa é composta pelos atuais países de Angola, Moçambique, Guiné, e pelos arquipélagos de Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.
Os portugueses chegaram a Angola pela primeira vez pela mão de Diogo Cão, entre 1483 e 1485, mas a colonização efetiva do território só foi iniciada em 1575, quando cerca de 400 colonos, sob a liderança de Paulo Dias de Novais, aí se fixaram, fundando a cidade de S. Paulo de Luanda. É aplicado em Angola o sistema de divisão do território em capitanias (já usado no Brasil), bem como uma política de exploração de recursos. Na verdade, este é um território muito rico, salientando-se as minas de prata da região do Cambambe. Contudo a grande fonte de lucro é sem dúvida o tráfico de mão de obra escrava, destinada aos engenhos de açúcar do Brasil ou da Madeira, e para S. Tomé. Nesta fase Angola era apenas uma faixa litoral, que se vai estendendo para o interior à medida que vai sendo explorada, e à medida que vão crescendo as exigências do tráfico de escravos.
Moçambique foi pela primeira vez visitado por portugueses quando aí aportou a armada de Vasco da Gama a caminho da Índia. Mas talvez Pero da Covilhã já lá tivesse estado, aquando da sua estadia em Sofala, em 1490. Em 1537 foi criada a feitoria de Tete, e em 1544 foi estabelecida a feitoria de Quelimane, tornando-se esta última o local de concentração dos escravos a embarcar para Portugal, Brasil e outros destinos. Moçambique revelou-se um país rico em prata, ouro, peles, marfim, especiarias e pérolas, recursos que acabaram por ser controlados pelos portugueses. Durante o século XVII conquistou-se e ocupou-se o reino da Zambézia. No século XVIII, Moçambique deixou de ser controlado pelo vice-reino da Índia para passar a ser administrado diretamente por Portugal.
As ilhas de Cabo Verde foram pela primeira vez aportadas por navegadores portugueses, na viagem de regresso da costa da Guiné, entre 1460 e 1462. Foram rapidamente povoadas por colonos provenientes da metrópole, não só cristãos, como mouros e judeus, alguns mesmo deportados. Também para ali foram levados escravos vindos da Guiné, e a miscegenação rácica e cultural é, ainda hoje, uma das mais importantes características deste local.
O arquipélago de S. Tomé e Príncipe foi descoberto por dois navegadores portugueses, Pero Escobar e João de Santarém, em 1470. Era desabitado e coberto por florestas virgens, e o seu povoamento teve início em 1485, pela mão de Álvaro de Caminha, capitão-donatário desta colónia. Mantendo nesta região uma vasta quantidade de mão de obra, sobretudo escravos oriundos de Angola e Moçambique, mas também judeus e mouros vindos da metrópole, explorou-se em larga escala, primeiro, o açúcar, depois o cacau e por fim o café. Também aqui a heterogeneidade da população é uma marca característica.
Durante séculos de colonização os portugueses criaram numerosas instituições e infraestruturas, à semelhança da metrópole, sem contudo permitir que se perdesse a noção da condição de colônia, política e economicamente dependente. As colónias portuguesas em África foram as últimas de todas as colónias africanas, dependentes de países europeus, a atingir a independência. Na sequência da Revolução de 25 de abril de 1974 em Portugal, os processos de luta pela independência que já se faziam ouvir no seio destes países viram abrir-se o seu caminho para a liberdade e as autodeterminações sucederam-se. A Guiné tornou-se independente em 23 de agosto de 1974, Moçambique em 25 de junho de 1975, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe em julho de 1975 (nos dias 5 e 12, respetivamente), e, por fim, Angola em 11 de novembro do mesmo ano.
Ainda hoje laços de grande importância ligam estes países a Portugal: um passado comum, a cooperação, a língua portuguesa, etc.
Por: Antonio Carlos dos Santos
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