domingo, 27 de maio de 2012

"100% África"


                                                                            100% ÁFRICA

                                                                          Povos Bérberes
Em muitos pontos do Norte de África surgiram grandes centros da civilização greco-romana. Mas houve povos do interior do continente que não foram integrados naquele império.

O nome berber seria, segundo parece, a deformação da palavra latina barbarum. Este era o termo que os romanos atribuíam a todos os povos que viviam fora da sua cultura.

O termo usado pelos romanos foi, posteriormente, mantido pelos árabes e pelos franceses, quando conquistaram esta parte do território.

Em geral, o habitat dos berberes determinou a sua economia e o seu modo de vida: no Norte estabeleceram a agricultura e levavam uma vida sedentária; no interior e nas zonas meridionais do Sara, dedicaram-se à criação de gado e eram nómadas, pois deviam procurar constantemente os melhores pastos.

População

Os berberes estavam divididos em muitos grupos, diferentes entre si e ciosos da sua autonomia e das tradições próprias. Este facto impediu-os de formar uma unidade política supra-tribal na época pré-islâmica. Contudo, souberam unir-se em momentos decisivos, sobretudo face a perigos comuns, mesmo que fosse uma união passageira. Foi assim que em 740 os berberes se sublevaram em toda a zona Magrebe contra os árabes, a quem expulsaram do seu território durante vinte anos.

Cultura
A dispersão berber tem também a sua explicação e justificação na língua. Por um lado, os berberes não possuíam documentos escritos, por outro, não falavam um idioma comum, mas existiam diversos dialectos, alguns dos quais muito diferentes entre si.
A autonomia na língua foi permitida até que se impôs o árabe como idioma oficial. Actualmente, voltou-se a considerar o berber, tomando em consideração as características comuns em vários países.

Religião

Entre os berberes, ainda que em geral tenham aceite o islão como religião oficial, muitos grupos continuaram harmonizando a nova crença com os costumes tradicionais próprios. Por exemplo, mantiveram a sua forma de administrar a justiça. Era feita por juízes com figura de árbitros ou por assembleias populares. Admitia-se como prova o juramento colectivo e os castigos estabelecidos eram aplicados. Outro aspecto que não aceitaram dos preceitos do Corão (livro sagrado do islão) foi o que diz respeito ao matrimónio e à decência, o que causava grande escândalo entre os árabes mais ortodoxos.

Não obstante isto, alguns grupos protagonizaram uma autêntica revolução religiosa para purificar a prática islâmica e restaurar os princípios do Corão. Tal foi o caso dos almorávidas, que interpretaram de forma rígida os preceitos contidos na nova religião e os propagaram com a ajuda das armas. Almorávida pertencia a uma tribo do Atlas. Em meados do séc. XI fundou um vasto império no Ocidente da África e que chegou a ter sob o seu domínio toda a Espanha árabe desde 1093 a 1148, no qual impôs a nova orientação muçulmana. (ver mapa)



                                                                                                  Por: Antonio Carlos dos Santos

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